Viena me veio. De várias formas e em muitos momentos da vida e se, por um lado, as memórias infantis tendem a ser fantasiosas, a fantasia construÃda amadureceu e recebeu um fermento adicional.
Minha mãe é uma colecionadora de trecos, fazedora de coisas, apaixonada por Arte (e aqui cabe um aparte: minha mãe graduou-se em Artes Plásticas em 1975 na Universidade Federal do EspÃrito Santo) e sempre foi uma entusiasta das coleções de fascÃculos comprados em bancas de jornal. Daà que, nessa nossa paixão compartilhada, lá pela década de 80, começamos uma coleção de fascÃculos de Grandes Artistas, o que demandava idas semanais à banca de jornal e acordos com o jornaleiro para que guardasse os fascÃculos das semanas das férias passadas no Rio de Janeiro ou em Vitória.
A cada semana, eu-criança conhecia, pormeio das brochurinhas de papel couché, um novo nome, um novo rosto e uma maneira diferente de ver o mundo, tendo, inclusive, criado relações de rejeição ou profundo afeto no encontro com alguns daqueles artistas. E, no fascÃculo de Klimt, Viena me veio.(...)