Uma crítica fundamental das economistas feministas em relação à Ciência Econômica é a de que essa ciência seria fundada em um viés androcêntrico que privilegia as relações de mercado e raciocina em termos de individualidades egoístas. Neste texto, isso é verificado por meio da análise da noção homo economicus em diferentes abordagens econômicas e momentos históricos. São apresentadas as críticas feministas a essa noção, ilustradas pela ideia de “homem cogumelo” de Thomas Hobbes e pela personagem Robinson Crusoé, de Daniel Defoe. Contrapondo-se a esse viés, é apresentada a perspectiva feminista da Economia que considera que as ferramentas analíticas e metodológicas da Ciência Econômica sejam reinventadas, considerando valores extra-mercadológicos como as emoções, a responsabilidade com as outras pessoas, a solidariedade e a reciprocidade.
A fundamental critique of feminist economists in relation to Economic Science is that this science would be founded on an androcentric bias that would privilege market relations and reasoning in terms of selfish individualities. In this text, this is verified through the analysis of the notion homo economicus in different economic approaches and historical moments. Feminist critiques of this notion are presented, illustrated by Thomas Hobbes’s “mushroom man” idea and Daniel Defoe’s character Robinson Crusoe. Opposing this bias, the feminist perspective of economics is presented. It is argued that the analytical and methodological tools of economic science are reinvented by considering extra-market values such as emotions, solidarity, reciprocity.