Nosso trabalho dá enfoque ao livro A Obscena Senhora D (2001), de Hilda Hilst, para investigarmos, através da Análise do Discurso de linha francesa, um tema que permeia a literatura hilstiana: a loucura. Para fundamentarmos nossa pesquisa, recorremos a alguns importantes pesquisadores da obra de Hilst, como Pécora (2010); da loucura, como Frayze-Pereira (1982),; da Análise do Discurso,
como Maingueneau (2008). Conforme afirma Maingueneau (2008), a paratopia é “uma difÃcil negociação entre o lugar e o não-lugar, uma localização parasitária que vive da própria impossibilidade de se estabilizarâ€; assim, pode-se afirmar que os loucos estão nessa zona paratópica, uma vez que a loucura é relegada à margem do que comumente se compreende como normal. Partindo da hipótese de que a
personagem central do livro desenvolve um discurso próprio dos insanos ou dos não-ajuizados, nossos objetivos são pesquisar as marcas paratópicas de loucura no citado livro de Hilst e demonstrar como isso constitui um aspecto relevante na obra da escritora. Os resultados obtidos demonstram um rico material de observação do tema da loucura na literatura hilstiana, aspecto que pode transcender esta pesquisa para outras fontes bibliográficas. Por fim, através de trechos da obra, concluÃmos que
Hilst desestabiliza esse conceito de normalidade ancorado no senso comum e nos revela loucura e lucidez entrelaçadas.
Our work gives focus to the book “A Obscena Senhora D†(2001), by Hilda Hilst, to investigate, through French discourse Analysis, a theme that permeates the Hilstian Literature: Madness. To substantiate our research, we call upon some important researchers of Hilstian works, such as Pécora (2010), of madness, such as Frayse-Pereira (1982), and of Discourse Analysis, such as Maingueneau (2008).
According to Maingueneau (2008) the paratopia is “a difficult trade between the place and the non-place, a parasitic location which depends on its own impossibility to establish itselfâ€; this way, it can be said that the mad ones are in a “paratopic†zone, since madness is left outside of what is usually seen as normal. From the hypothesis that the book’s main character develops a discourse that is natural of the mad or the insane, our aims are to research the “paratopic†marks of madness on
the mentioned book and show how it constitutes a rich observation material of the madness within Hilstian literature, a feature that can transcend this research to other bibliographical sources. In conclusion, through samples of the book, we conclude that Hilst unbalances the concept of normality moored to common-sense and reveals madness and sanity intertwined.