as redes sociais, o cidadão comum constrói-se subjetivamente através de imagens e discursos de si publicamente compartilhados, sendo narrador de sua própria trajetória e identidade. Já a experiência cotidiana de pessoas em situação de rua é marcada por uma ameaçadora visibilidade, da qual é preciso esquivar-se para preservar a integridade. Essa visibilidade não impede o anonimato: os corpos abjetos das ruas não têm rosto, nome, história e identidade. Tendo em vista tal contraste, analisaremos a experiência da construção subjetiva do indivÃduo em situação de rua através da página Rio InvisÃvel, no Facebook, onde são publicados retratos e narrativas colhidos nas ruas do Rio de Janeiro, dando visibilidade à imagem e à história dos indivÃduos que ali vivem. No entanto, se os processos de construção subjetiva desses indivÃduos passam predominantemente pela experiência corporal na cidade e não pelo binômio discurso-imagem, a página acaba inserindo-os na lógica identitária dominante.