A ocupação do Vale do Mucuri: a elite rural e o dilema entre modernidade e atraso

Revista Espinhaço

Endereço:
Campus JK - Diamantina/MGRodovia MGT 367 - Km 583, nº 5000 Alto da Jacuba CEP 39100-000
Diamantina / MG
39100-000
Site: http://www.revistaespinhaco.com
Telefone: (31) 9972-1002
ISSN: 2317-0611
Editor Chefe: Douglas Sathler
Início Publicação: 31/07/2012
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: Multidisciplinar

A ocupação do Vale do Mucuri: a elite rural e o dilema entre modernidade e atraso

Ano: 2020 | Volume: 9 | Número: 1
Autores: M. A. Santos
Autor Correspondente: M. A. Santos | [email protected]

Palavras-chave: Vale do Mucuri, regime agrário de agregação, cultura predatória

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Até

meados do século XIX, o Vale do Mucuri, nordeste de Minas Gerais, era uma região povoada por comunidades

indígenas dispersas. Esse cenário sofreu significativas mudanças a partir dessa data, com intenso fluxo populacional

em função de

um alto grau de merc

antilização ocorrido após a crise mineradora. O objetivo desse estudo é analisar as particularidades e os

resultados da ocupação ocorrida na região do Vale do Mucuri a partir da segunda metade do século XIX até meados do século XX.

O Mucuri sofreu um pro

cesso de colonização tendo sua produção em grande escala baseada na produção do café e, posteriormente,

na pecuária. O agrego foi a principal mão

-

de

-

obra das médias e grandes propriedades rurais, utilizada para o desmatamento

ininterrupto em benefício da l

avoura e do pasto. Como resultado da pesquisa pode

-

se apontar que a exploração predatória das matas

do Mucuri aliada a um contingente expressivo de agregados em condições miseráveis gerou riqueza para os proprietários rurais,

mas não estimulava investiment

os tecnológicos típico do modelo capitalista, trazendo através da imprensa uma representação da

região ambígua, coexistindo prosperidade e ruína



Resumo Inglês:

Before

the 19th century, the Mucuri

Valley,

N

ortheast of Minas Gerais

state

,

Brazil,

was populated by dispersed indigenous

communities. This scenario has undergone significant changes since that date, with an intense population flow due to a high d

egree

of commercialization that occurred af

ter the mining crisis. The aim of this study is to analyze the particularities and the results of

the occupation that occurred in the Mucuri Valley from the second half of the 19th century to the middle of the 20th century.

The

Mucuri underwent a colonizat

ion process with its large

-

scale production based on coffee production, later, on livestock. The agrego

was the main labor force of medium and large rural properties, used for uninterrupted deforestation for the benefit of crops

and

pasture. As a result,

I

find that

the predatory exploitation of the Mucuri forests combined with an expressive contingent of

households in miserable conditions generated wealth for rural landowners, but did not stimulate technological investments typ

ical

of the capitalist model,

bringing through the press a representation of the ambiguous region, coexisting prosperity and ruin