Até
meados do século XIX, o Vale do Mucuri, nordeste de Minas Gerais, era uma região povoada por comunidades
indígenas dispersas. Esse cenário sofreu significativas mudanças a partir dessa data, com intenso fluxo populacional
em função de
um alto grau de merc
antilização ocorrido após a crise mineradora. O objetivo desse estudo é analisar as particularidades e os
resultados da ocupação ocorrida na região do Vale do Mucuri a partir da segunda metade do século XIX até meados do século XX.
O Mucuri sofreu um pro
cesso de colonização tendo sua produção em grande escala baseada na produção do café e, posteriormente,
na pecuária. O agrego foi a principal mão
-
de
-
obra das médias e grandes propriedades rurais, utilizada para o desmatamento
ininterrupto em benefício da l
avoura e do pasto. Como resultado da pesquisa pode
-
se apontar que a exploração predatória das matas
do Mucuri aliada a um contingente expressivo de agregados em condições miseráveis gerou riqueza para os proprietários rurais,
mas não estimulava investiment
os tecnológicos típico do modelo capitalista, trazendo através da imprensa uma representação da
região ambígua, coexistindo prosperidade e ruína
Before
the 19th century, the Mucuri
Valley,
N
ortheast of Minas Gerais
state
,
Brazil,
was populated by dispersed indigenous
communities. This scenario has undergone significant changes since that date, with an intense population flow due to a high d
egree
of commercialization that occurred af
ter the mining crisis. The aim of this study is to analyze the particularities and the results of
the occupation that occurred in the Mucuri Valley from the second half of the 19th century to the middle of the 20th century.
The
Mucuri underwent a colonizat
ion process with its large
-
scale production based on coffee production, later, on livestock. The agrego
was the main labor force of medium and large rural properties, used for uninterrupted deforestation for the benefit of crops
and
pasture. As a result,
I
find that
the predatory exploitation of the Mucuri forests combined with an expressive contingent of
households in miserable conditions generated wealth for rural landowners, but did not stimulate technological investments typ
ical
of the capitalist model,
bringing through the press a representation of the ambiguous region, coexisting prosperity and ruin