Este artigo, abordando fontes dos Séculos XVIII, XIX e XX, faz uma breve incursão ao estudo da leitura que vigorou em Portugal do Islão magrebino. Relatos de cativeiro em Banhos magrebinos versus produções ideológicas dadas à estampa em Portugal, justificativas da incompreensão de um outro civilizacional que se continuava a desvalorizar, mesmo quando ele era fundamental à saúde estratégica do Estado, são elementos de uma ampla realidade bem diferente daquela transmitida à opinião pública portuguesa. Ao mito vigente, opunha-se a imagem de um Islão abrangente e inclusivo, mais propenso à tolerância que alguns dos seus êmulos da margem norte do Mediterrâneo.