Introdução: Pacientes em unidade de terapia intensiva (UTI) podem apresentar alterações orais como resultado das condições sistêmicas dos pacientes, uso de medicamentos, intubação ou falta de higiene bucal. Alterações orais devem ser detectadas e tratadas, pois podem agravar a condição do paciente. O objetivo deste estudo foi avaliar os tipos e frequências de alterações orais clinicamente detectadas em pacientes internados em uma UTI. Métodos: Estudo transversal em que foi realizada avaliação oral de pacientes internados em uma UTI de um hospital público. Características demográficas, sociais e clínicas foram coletadas dos prontuários médicos. Os exames orais foram realizados por dois dentistas treinados, com confiabilidade verificada pelo coeficiente de correlação intra-classe, enquanto os pacientes estavam deitados na cama do hospital, utilizando frontal, abaixador de língua e gaze estéril. Todos os dados foram registrados em formulários de protocolo do estudo e transferidos para uma base de dados para análise. Resultados: Foram avaliados 37 pacientes, com distribuição semelhante entre os sexos, com mediana de idade de 62 anos. As causas mais frequentes de internação foram cuidados pós-operatórios (51,35%) e problemas respiratórios(29,72%). Cerca de 90% dos pacientes internados apresentaram algum tipo de alteração bucal durante o período de internação. As alterações clínicas mais comuns foram lábios secos (86,5%); língua (61,1%); palidez da mucosa oral (54,1%);focos orais de infecção (37,8%) e candidíase (13,5%). Conclusão: A maioria dos pacientes internados em UTI apresentou algum tipo de alteração oral, sendo os mais frequentes lábios secos e língua. Os dados observados neste estudo reforçam a necessidade do apoio da equipe odontológica durante o período de internação.
Introduction: Patients in intensive care unit (ICU) may present oral alterations as a result of patients’ systemic conditions, the use of medications, intubation or poor oral hygiene. Oral alterations should be detected and treated because they may aggravate patients’ condition. The objective of this study was to evaluate the types and frequencies of clinically detected oral alterations in inpatients of an ICU. Methods: This is a cross-sectional study in which an oral evaluation of patients hospitalized in an ICU of a public hospital was performed. Demographic, social and clinical characteristics were collected from medical records. Oral exams were performed by two trained dentists, with reliability checked by intra-class correlation coefficient, while patients were lying in the hospital bed, using a frontal headlamp, tongue depressor and sterile gauze. All data were recorded in study protocol forms and transferred to a data base for analysis. Results: Thirty-seven patients, with similar distribution between genders, with median age of 62 years were evaluated. The most frequent causes for hospitalization were postoperative care (51.35%) and respiratory problems (29.72%). About 90% of the in patients presented some type of oral alterations during the hospitalization period. The most common clinical alterations were dry lips (86.5%); coated tongue (61.1%); paleness of the oral mucosa (54.1%); oral foci of infection (37.8%) and candidiasis (13.5%). Conclusion: The majority of inpatients of the ICU presented some type of oral alteration, and the most frequent were dry lips and coated tongue. Data observed in this study reinforce the need of the dental team support during the period of hospitalization.