Dentre as várias fontes de informação a que recorremos ao ortografar são comumente citadas a fonológica, a ortográfica, a de informação especÃfica da palavra (Dreyer, Luke e Melican, 1995). Recorrendo à fonte fonológica destinamos grafemas aos fonemas detectados na pronúncia da palavra, o que exige habilidade de segmentação fonêmica, habilidade considerada de desenvolvimento precoce. Recorrendo à informação ortográfica selecionamos os grafemas de acordo com o nosso conhecimento das regularidades e dos padrões gráficos, prescritos pelas convenções e restrições de um sistema ortográfico particular. Recorrendo à informação especÃfica da palavra, selecionamos, dentre grafemas alternativos,aqueles não previsÃveis quer pela informação fonológica, quer pela ortográfica, mas legitimados pela ortografia para a escrita da palavra.Em uma pesquisa transversal-longitudinal que estamos desenvolvendo sobre a aquisição ortográfica(558 textos de crianças de 1a a 4a série, de escolas públicas e particulares, do Ceará e Paraná), encontramos evidência de ser a informação especÃfica da palavra a fonte predominantemente recorrida. A informação da imagem ortográfica de palavras ou departes de palavras armazenadas na memória parece ser o fator determinante na detecção e retenção de seqüências fônicas. Do mesmo modo, quando escrevemos,essa informação é que parece predominar sobre as considerações para com as restrições e convenções do sistema ortográfico.