Este artigo apresenta uma introdução ao tema do grotesco como paradigma teórico para leitura de narrativas do cristianismo primitivo. Objetivamente, propõe um exercício de aplicação do que vem se desenvolvendo no campo da arte e da literatura como uma “teoria do grotesco” à narrativa da metamorfose do leopardo e do cabrito falantes, descrita nos atos 8 e 12 dos Atos Apócrifos de Felipe. Para tanto, lida com noções de cruzamento de fronteiras, permeabilidade, impermanência, contraintuitividade e limites da identidade projetadas em relação ao corpo - ou, como preferimos, o grotesco traumático.
This paper presents an introduction to the grotesque as a theoretical paradigm for reading Early Christianity narratives. Objectively, it offers an exercise in the application of what has been developed in the field of art and literature as a “theory of the grotesque” to the metamorphosis narrative of the talking leopard and kid, described in acts 8 and 12 of the Apocryphal Acts of Philip. So as to do that, it deals with notions of boundary-crossings, permeability, impermanence, counterintuitiveness and the limits of identity projected in relation to the body - or, as we do prefer, the traumatic grotesque.