Os agentes modeladores da cidade de Aracati-CE no período colonial

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ISSN: 1984-5537
Editor Chefe: Angelo Serpa
Início Publicação: 28/02/2005
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Geografia

Os agentes modeladores da cidade de Aracati-CE no período colonial

Ano: 2011 | Volume: 7 | Número: 2
Autores: Maria Edivani Barbosa
Autor Correspondente: M. E. Barbosa | [email protected]

Palavras-chave: espaço, memória urbana, agentes modeladores do espaço

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A cidade de Aracati (Ceará/Brasil) manifesta, na morfologia urbana, vestígios do apogeu econômico, herdados do século XVIII. A arquitetura e o traçado urbano remanescentes são suportes da memória urbana e revelam singularidades locais que a distinguem de outras vilas criadas no mesmo período histórico. A organização do espaço é resultado das forças que atuaram na sua produção, como a Igreja, as irmandades religiosas, o Estado português, os agentes econômicos (fazendeiros, comerciantes e charqueadores), a Câmara municipal e demais grupos sociais. Entender a trama entre esses agentes revela momentos únicos dessa memória urbana, o que explica a produção espacial. Através da paisagem urbana, verifica-se a lógica dos elementos construídos: o traçado urbano retilíneo, com ruas largas cortadas por becos, buscava adequar-se à dinâmica econômica da época; a arquitetura residencial com fachadas iguais foram diretrizes urbanas do Governo português. Os templos religiosos refletem a influência e o poder da Igreja Católica na organização socioespacial. A construção da cidade de costas para o rio Jaguaribe se deu devido ao fato de, na época, ser considerado um local insalubre, para onde seguiam os dejetos da vila. A compreensão, no tempo e no espaço, da formação socioespacial da cidade de Aracati foi possível graças a este estudo.



Resumo Inglês:

La ville de Aracati (Ceará/Brésil), manifeste, par la morphologie urbaine, des vestiges de son apogée économique, hérités du XVIII ème siècle. L’architecture et le dessin urbain rémanents sont des supports de la mémoire e révélant des singularités locales qui la distinguent d’autres bourgs crées dans la même période historique. L’organisation de l’espace est le résultat des forces qui ont agi dans sa production, comme l’Église, les confréries religieuses, l’État portuguais, les agentes économiques (fermiers, commerçants, “charqueadores”), le Conseil municipal et d’autres groupes sociaux ont été identifiés et analysés. Comprendre la trame entre ces agents révèle des moments uniques de cette mémoire urbaine, ce qui explique la production spatiale. À travers le paysage urbain, on peut vérifier la logique des éléments bâtis: le tracé urbain droit, avec des rues larges coupées par de petites rues visait l’adéquation avec la dynamique économique de l’époque; l’architecture résidentielle avec des façades identiques ont été le modèle urbain choisi et imposé par le gouvernement portuguais. Les temples réligieux montrent l’influence et le pouvoir de l’Église Catholique dans l’órganisation sociospatiale. La construction de la ville avec les façades au sens inverse du fleuve Jaguaribe est dû, à l’époque, à l’insalubrité des locaux puisque les dechets de la ville étaiant jettés dans les eaux de ce fleuve. La compréhension, dans le temps et dans l’espace, de la formation sociospatiale de la ville d’Aracati et ses environs est possible grâce à cette étude.