1,2,3Acadêmico de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas.
4Professora Assistente I da Universidade Federal do Amazonas. Mestre em enfermagem com enfoque materno-infantil e especialista em neonatologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
MODALIDADE: Comunicação Coordenada.
EIXO I: Inovação no processo do ensino-aprendizagem.
INTRODUÇÃO: A etnia Waimiri Atroari foi descoberta há cerca de 40 anos e permanece preservando seus hábitos e costumes, principalmente a cultura das relações de gênero, sem influência do ambiente externo. E para desenvolver um cuidado gineco-obstétrico coerente com a realidade de etnias indígenas faz se necessário à avaliação dos aspectos sócios culturais que envolvem a saúde desta população. OBJETIVOS: Relatar sobre o contexto sociocultural da mulher Waimiri Atroari na menarca, processo gestatório, parto, pós-parto, climatério e menopausa, assim como os cuidados com o recém-nascido. MÉTODOS: A pesquisa trata-se de um estudo exploratório, sobre os aspectos socioculturais que envolvem o cuidado à saúde da mulher Waimiri Atroari. Foi realizada revisão da literatura, e entrevista semiestruturada a um representante de saúde do Programa Waimiri Atroari em Manaus. RESULTADOS: A filha mulher na etnia cresce normalmente sem nenhum ritual. Na menarca, há o início da vida sexual. O casamento é pré-determinado pelos pais, sendo concretizado apenas verbalmente. Dentre as atividades exclusivas das mulheres nas aldeias, está à colheita de frutas, a manutenção da casa, e o artesanato. Para as consultas de pré-natal é feita uma seleção de dez gestantes, para enviar à Manaus. Na aldeia, o parto e realizado de cócoras é sobre um tapete de fibra vegetal, auxiliado pela avó da parturiente. No momento em que nasce o bebê é lavado apenas com água para eliminação dos restos do trabalho de parto e o coto umbilical é cortado com uma espécie de lança, sendo desprezado. A amamentação sobre livre demanda é realizada até os seis meses de vida da criança, após esse período são introduzidos outros alimentos. Ao chegar à fase do climatério a mulher perde seu status social sendo rejeitada pela tribo. IMPLICÂNCIA PARA ENFERMAGEM: Para a atuação do enfermeiro na saúde da mulher indígena é essencial à concepção do processo saúde-doença de forma ampliada, que requer um conhecimento étnico-cultural. Tornando o profissional capaz de identificar fatores de risco e atuar de forma preventiva. CONCLUSÃO: Pode-se observar no presente estudo que a etnia superestima a produção para a comunidade. Sendo importante um olhar diferenciado do profissional de saúde para a mulher nas outras fases da vida, que podem ser negligenciadas como o climatério. Além disso, deve-se adotar uma prática que estimulem os cuidados benéficos para eliminação de práticas prejudiciais à saúde da mulher.
REFERÊNCIAS:
Povos Indígenas no Brasil (PIB) – Waimiri Atroari. 2002. Disponível em: http://www.pib.socioambiental.org/pt/povo/waimir-atroari/695.
Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Centrais Elétricas do Norte do Brasil SA. Eletronorte. Waimiri Atroari. 1993.
TEVES, A.C. A Mulher Tribal Brasileira: Aspectos Obstétricos e Educacionais. São Paulo: EBRAESP, 1978.
da Silva, Nair Chase, Maria Jacirema Ferreira Gonçalves, and David Lopes Neto. "Enfermagem em saúde indígena: aplicando as diretrizes curriculares." Revista Brasileira de Enfermagem. 56.4 (2003): 388-391.