A constituição da sociedade do consumo foi um fenômeno fomentado pela dinâmica de acumulação do sistema capitalista, fazendo com que a lógica da exploração fosse além da produção de mercadorias e atingisse, também, a esfera do consumo. Na sociedade atual, o consumo vai além da satisfação de necessidades: ele é um diferenciador entre as pessoas e as classes sociais. O capitalismo se apropria das críticas e alternativas a esta lógica, submetendo-as a sua própria dinâmica e utilizando-as em seu favor, impedindo uma efetiva mudança desta lógica. A proposta de um modelo de consumo consciente e solidário, da Economia Solidária, tem se apresentado como uma alternativa importante, já que ela vai além da mudança de hábitos individuais e pontuais – ela defende uma total mudança de sociedade, em que os valores sejam repensados e reconstruídos, a partir da perspectiva humana e de sustentabilidade, e não da geração de lucro. Assim, o objetivo deste artigo é discutir o papel do consumo para a Economia Solidária, que resulta na proposta do consumo solidário e consciente.