A presença de mulheres negras nos espaços públicos é algo que ainda pode ser visto como casos específicos de sucesso escolar. Ser professora e negra, nestes meandros, é ocupar espaços que não lhes é próprio. É mesmo em meio a um lugar marcado pela eurocentrização patriarcal, resistir, persistir e construir legados. Diante desta abordagem, a presente proposta de pesquisa tem como objetivo geral analisar as trajetórias/percursos de professoras negras nos cursos de formação de professores da UFAC, identificando concepções de decolonialidade durante suas travessias e nas organizações curriculares de seus planos de ensino, como forma de contribuir para a formação de futuros docentes que visem uma prática educativa de fato crítica e emancipadora. Os procedimentos metodológicos consistirão na técnica snowball, ou cadeia de informantes, em que os próprios participantes indicarão outros sujeitos até atingir um ponto satisfatório das informações. Questionários e entrevistas semiestruturadas descrevendo os perfis socioeconômicos das docentes negras e suas histórias de vida respectivamente, bem como, as análises documentais para estudo dos seus planos de ensino serão realizados para efetivação deste estudo. Como referencial teórico, nos respaldaremos em autores como: Boaventura de Sousa Santos (2009), Costa e Grosfoguel (2016), Carneiro (2003), Costa (1995), Crenshaw (2002), Dubet (2001), Euclides (2017), Guimarães (1999), Hooks (1981), Quijano (2009), Ribeiro (2017, 2018), Scott (1995) entre outros, que subsidiarão as reflexões teóricas aqui levantadas. O presente estudo ainda está em construção, cujas contribuições esperamos que possam ser de suma significância para o combate de práticas sexistas, racistas e estereotipadas na academia.