O presente artigo focaliza as noções de pessoa, corpo, saúde e doença desenvolvidas pelos Wapichana e Macuxi no leste de Roraima. De acordo com esta cosmologia, a formação da pessoa é um processo continuado, simultâneo à constituição de laços sociais e ameaçado tanto por agências humanas quanto por agências não-humanas e extra-humanas, como os “bichos†e “kanaimésâ€, que causam doenças e malefÃcios aos homens. Os modos tradicionais de evitar e combater esses perigos são os resguardos e o xamanismo, os quais, no presente, experimentam uma convivência difÃcil com o sistema de saúde estatal, uma convivência
que pode vir a se transformar em um diálogo intercultural, com o apoio dos antropólogos, desde que se respeite o projeto de autonomia dos povos indÃgenas.