Uma espécie de moda arrogante temcrescido ultimamente na sociedade brasilien-se. Cuida-se da inserção nos vidros de veícu-los de frases do tipo “Sou católico, graças aDeus” ou “Sou evangélico, graças a Deus”.De fato, muito antes de encerrarem umasimples manifestação de orgulho de um de-terminado grupo religioso, esses adesivos con-têm, em verdade, uma proposta de visão ex-cludente e discriminatória, devido à ambigüi-dade propositada do enunciado que propa-gam. Não se trata, ao que tudo indica, de exal-tar a liberdade de culto, que é garantida cons-titucionalmente, mas de tentar demonstrar,infrutiferamente, uma certa posição de supe-rioridade, ou pretensão de hegemonia.