Este artigo visa abordar um procedimento composicional que utiliza o recurso dos movimentos sucessivos em oitavas no contexto do período clássico – último quartel do século XVIII –, especialmente na obra de compositores como Haydn e Mozart. Nossa abordagem procura trazer à luz, simultaneamente, possíveis equívocos que possam levar ao uso incorreto da terminologia contrapontística em tais contextos e trata de obter uma forma mais adequada de nomear esses movimentos. Esta averiguação resulta de um natural e histórico confronto de ideias entre uma abordagem técnico-constitutiva da música daquele período e de uma inquietação hermenêutica geralmente postulada elas retóricas musicais.
This article aims at analyzing a compositional procedure that uses the resource of consecutive movements in octaves within the context of the classical period, the last quarter of the XVIII century, in particular in the work of composers Haydn and Mozart. Our approach seeks to bring to light, concurrently, possible errors that may lead to the incorrect use of counterpoint terminology in such contexts and aims at finding a more suitable way of naming these movements. This suggestion arises from a natural and historical comparison of ideas between a technical-constitutive approach to music of that era and a hermeneutic restlessness generally postulated by musical rhetoric.