Este artigo propõe debater os enunciados da Singularidade tecnológica e os da série Black Mirror, tratando-os como fragmentos de uma mesma narrativa. Embora tragam pontos de vista antagônicos acerca do desenvolvimento técnico, concordam que, em breve, os humanos deverão desaparecer, suprimidos pelo progresso tecnológico. Objetiva-se, com este trabalho, traçar, a partir da obra de Gilbert Simondon, tanto uma crítica aos postulados tecnofílicos da Singularidade, como aos enunciados tecnofóbicos de Black Mirror, mostrando como o medo ou o êxtase em relação à superação do humano dizem mais respeito ao desconhecimento sectário da existência dos objetos técnicos do que, propriamente, ao nosso fim.
This article proposes to debate the statements of the technological Singularity and those of the Black Mirror series as fragments of the same narrative. Although they present opposite views about technical development, there’s an agreement that soon humans shall disappear, suppressed by technological progress. The aim of this work is to bring forward, through Gilbert Simondon’s work, a critique of Singularity’s technophilic postulates, as well as Black Mirror’s technophobic statements, in order to elucidate how fear or ecstasy about human’s overcoming by the machine concerns to the sectarian ignorance around existence of technical objects rather than to our end.