Considerando o contexto sociopolítico dos países latino-americanos e seus partidos de esquerda e centro-esquerda que governaram alguns países desde o começo dos anos 2000, este ensaio vai apresentar a antropologia de um povo enraizado voltado para justiça social guiada por uma espiritualidade da justiça supernatural de Simone Weil. Essa antropologia fundamenta a sua crítica aos partidos políticos que este texto vai usar para examinar o contexto brasileiro e o Partido dos Trabalhadores que governou o país por mais de treze anos, terminando sua governança depois de um processo de impeachment. Embora Simone Weil demonstra certo pessimismo se sistemas políticos multipartidários ou monopartidário têm condições de promover e manter uma ordem social capaz de criar meios para o enraizamento do seu povo, ela desenvolve uma antropologia crítica que nos permite compreender quando um partido político abandona seu compromisso de criar políticas sócias voltadas aos pobres e à classe trabalhadora. Consequentemente, o partido político assume um programa de manutenção do poder, sem se preocupar com os meios que precisam ser utilizados para alcançar esse objetivo.