Os pronomes empáticos e o perspectivismo dramatúrgico: sobre “Nós Outros”, da Fala Companhia de Teatro

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ISSN: 1414.5731
Editor Chefe: Vera Regina Martins Collaço
Início Publicação: 01/08/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes

Os pronomes empáticos e o perspectivismo dramatúrgico: sobre “Nós Outros”, da Fala Companhia de Teatro

Ano: 2022 | Volume: 1 | Número: 43
Autores: Cauê Krüger, Don Correa
Autor Correspondente: Cauê Krüger | [email protected]

Palavras-chave: Perspectivismo, Antropologia, Criação teatral, Povos indígenas

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em 2018, acompanhei parte do processo criativo do espetáculo teatral Nós Outros concebido pela Fala Companhia de Teatro, de Curitiba, criado a partir da vivência dos atores e do dramaturgo e diretor Don Correa com indígenas das etnias Guarani e Kaingang, na Aldeia Tupã Nhe´e Kretã, em Morretes, Paraná. Este artigo busca cotejar memórias do processo criativo do diretor do espetáculo com algumas reflexões a partir da minha atuação como antropólogo convidado no processo de criação do espetáculo. Procurei interpretar os dispositivos cênicos e dramatúrgicos propostos por Don Correa inspirado pelo perspectivismo ameríndio (Viveiros de Castro, 1996) e pela “arte antropológica” (Ingold, 2020). O texto revela cruzamentos de fronteiras do dramaturgo como etnógrafo e do antropólogo como espectador, crítico e participante do processo criativo e permite sublinhar instâncias comuns entre a escrita dramatúrgica e a escrita antropológica, apresentando-as como formas criativas e autorais de relações com a alteridade.



Resumo Inglês:

In 2018, I took part in the creative process of the theater play Nós Outros, developed by Fala Companhia de Teatro, created in relation to an experience of the cast and playwright and theater director Don Correa with indigenous people of the Guarani and Kaingang ethnic groups, in the Tupã Nhe’e Kretã Village, in Morretes, Paraná. In this article, I aimed to integrate Correa’s memories of the creative process with anthropological insights. This way I seek to interpretate scenic and dramaturgical procedures proposed by the director of the play inspired by amerindian perspectivism (Viveiros de Castro, 1996) and by anthropological art (Ingold, 2020). The article present border crossings made by the dramaturg as ethnographer and by the anthropologist as spectator, critic and as guest of the creative process undertaken by the cast. It underlines common features among dramaturgical and anthropological writings, presenting them as creative and authorial modes of relation with alterities.



Resumo Espanhol:

En el 2018 acompañé parte del proceso creativo del espectáculo teatral Nós Outros, concebido por la FALA Companhia de Teatro, de Curitiba, creado a partir de la experiencia de los actores y del dramaturgo y director Don Correa con indígenas de las etnias guaraní y kaingang, en el pueblo Tupã Nhe´e Kretã, en Morretes, Paraná. En este artículo nos proponemos comparar memorias del proceso creativo del director del espectáculo con algunas reflexiones desde mi papel como antropólogo invitado en el proceso de creación del espectáculo. Traté de interpretar los dispositivos escénicos y dramatúrgicos propuestos por Don Correa inspirados en el perspectivismo amerindio (Viveiros de Castro, 1996) y en el “arte antropológico” (Ingold, 2020). El texto revela cruces de fronteras entre el dramaturgo como etnógrafo y el antropólogo como espectador, crítico y participante del proceso creativo y permite subrayar instancias comunes entre la escritura dramatúrgica y la escritura antropológica, presentándolas como formas creativas y autorales de relaciones con la alteridad.