O fluxo migratório de refugiados às vésperas da Segunda Guerra Mundial converteu-se em uma diáspora dos judeus europeus em busca de um novo lar. A realização da Conferência de Evian-les-Bains, na França, em 1938, teve um papel importante na vinda dos judeus para a América Latina, particularmente Brasil e Argentina, e demais países como o Chile, o Equador, o Uruguai e a República Dominicana. As ondas dos imigrantes foram alternadas ao longo do período belicoso: alemães e austríacos, franceses, poloneses, gregos, luxemburgueses, holandeses, dinamarqueses, húngaros, romenos e ucranianos, inclusive, o caso dos judeus vindos da cidade francesa de Bordeaux, onde o cônsul português Aristides de Sousa Mendes atuou na concessão de vistos, contrariando mesmo as orientações da ditadura salazarista. A ambígua política externa de neutralidade do “Estado Novo” português fez com que houvesse desde a intransigente recusa de vistos até a concessão de vistos em trânsito (1938), em passando pelos confinados em Ericeira, Caldas da Rainha e Figueira da Foz (1942).
