Os símbolos dos últimos caçadores-colectores do centro de Portugal: as representações de cervídeos na arte rupestre do vale do Tejo

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ISSN: 2175-0173
Editor Chefe: Mirian Carbonera
Início Publicação: 01/01/1986
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Arqueologia, Área de Estudo: História

Os símbolos dos últimos caçadores-colectores do centro de Portugal: as representações de cervídeos na arte rupestre do vale do Tejo

Ano: 2022 | Volume: 35 | Número: 57
Autores: Sara Garcês
Autor Correspondente: Sara Garcês | [email protected]

Palavras-chave: tejo, cervídeos, caçadores-recoletores

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Ao longo da história da Humanidade, partindo de uma perspetiva ecológica que integra os grupos de humanos como apenas mais uma espécie na natureza, todos os grupos de caçadores-recoletores parecem ter mantido uma relação especial com algum tipo de animal. Na arte rupestre europeia, esta relação é muito mais evidente em cronologias paleolíticas, no entanto, cremos que os conceitos básicos destinados a unir o mundo real com o mundo hiperfísico reconhecido nos caçadores-recolectores do paleolítico através da representação de animais, signos e (poucas) figuras humanas, não foi abandonada nos primeiros milénios do Holocénico. Supõe-se que estas crenças acumuladas durante o Paleolítico Superior, não desapareceram de um dia para o outro. Os animais não só resolviam uma questão económica, como tiveram um papel muito mais complexo no seio das comunidades de caçadores-recolectores. Este trabalho pretende dar a conhecer a relação intrínseca que parece surgir entre os últimos caçadores-recoletores do Holocénico do Vale do Tejo, centro de Portugal, e os cervídeos.



Resumo Inglês:

Throughout human history, from an ecological perspective that integrates groups of humans as just another species in nature, all hunter-gatherer groups seem to have maintained a special relationship with some kind of animal. In European rock art, this relationship is much more evident in Palaeolithic chronologies, however, we believe that the basic concepts intended to unite the real world with the hyper-physical world recognized in Palaeolithic hunter-gatherers through the representation of animals, signs and (few) human figures, was not abandoned in the first millennia of the Holocene. It is assumed that these beliefs, accumulated during the Upper Palaeolithic, did not disappear overnight. Animals not only solved an economic issue, but also played a much more complex role within the hunter-gatherer communities. This paper intends to show the intrinsic relationship that seems to arise between the last hunter-gatherers of the Holocene of the Tagus Valley, central Portugal, and the deer.