Esse texto pretendeu reconstruir a memória musical do sambista Geraldo Filme e
suas relações com os grupos negros na cidade de São Paulo. Ao analisar e refletir sobre
essa memória, concluà que Geraldo Filme e os grupos negros elaboraram aquilo que
denominei de áfricas como expressões culturais de resistência para imprimir suas marcas,
projetos, fazeres e saberes em espaços especÃficos da cidade. Diante de uma cidade
impregnada pela urbanização, metropolização e verticalização que fora transformada em
projeto hegemônico das elites paulistas, as áfricas se configuraram como um contraponto
dissonante às formas culturais dominantes para operar outras cidades e outras vivências.