Os terrenos tectonoestratigráficos do entorno da parte centro-norte do Cráton do São Francisco

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ISSN: 1980-4407
Editor Chefe: Celso Dal Ré Carneiro
Início Publicação: 04/04/2005
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Exatas, Área de Estudo: Geociências

Os terrenos tectonoestratigráficos do entorno da parte centro-norte do Cráton do São Francisco

Ano: 2023 | Volume: 19 | Número: Não se aplica
Autores: Brito-Neves, Benjamin Bley de, Santos, Ticiano José Saraiva dos, Dantas, Elton Luiz
Autor Correspondente: Benjamin Bley de Brito-Neves | [email protected]

Palavras-chave: Geocronologia, Tectônica, Evolução, Proterozoico, Arqueano, Brasil

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho foca a presença de terrenos tectonoestratigráficos proximais situados no entorno da porção centro norte do Cráton de São Francisco. Há casos onde o embasamento de alto grau destes terrenos estarem em visível continuidade física com o embasamento do cráton. Outras vezes estão separados, e em algumas vezes esta passagem/relação não pode ser vista por estar acobertada por sedimentos fanerozoicos. A hipótese de uma “descratonização” em processo foi levantada. Almeida (1981) que então imaginara um cráton maior, no passado geológico (chamou-o de “Cráton Paramirim”, que sofrera processo de descratonização de suas bordas, com o desgaste lateral (tectônico, erosional) e assim com diminuição drástica de suas dimensões originais . A ideia de destruição cratônica (metacratonização) voltou a ser levantada nos últimos anos (Dantas et al. ,2019), com bons argumentos mas não suficientes. Em todos os casos, a deformação brasiliana está presente e dirigida para o interior do cráton, atingindo-o e também as suas coberturas neoproterozoicas. Os terrenos tectonoestratigráficos são considerados como “nativos” ou pertencentes anteriormente ao craton que avizinham, (de acordo com Kearey & al.,2009) Assim sendo a história de uma metacratonização é parcialmente viável, mas precisa ser discutida em termos de forma, causa e tempo. Nem sempre temos processos e dados claros e indiscutíveis. Neste trabalho vamos considerar três áreas do domínio meridional da Província Borborema : a ) Sudeste o Piauí - Noroeste da Bahia- domínios das faixas de dobramento Rio Preto; b) Norte da Bahia até o lineamento Pernambuco- domínios do Sistema de Dobramentos Riacho do Pontal; c) Nordeste-Leste do Craton , do Lineamento Pernambuco até o paralelo de Aracajú, nos domínios do Sistema de Dobramentos Sergipano. Todas esta áreas foram percorridas mais de uma vez pelos autores, oferecendo-lhes temas chamativos para uma discussão. Problemas existem e serão discutidos à luz do nosso conhecimento atual.



Resumo Inglês:

Introduction. The high-grade basement of terranes in the north-central portion of the São Francisco Craton may: (a) appear to be physically continuous with the craton basement; (b) be separate, or (c) have its passage/relation hidden under Phanerozoic cover. The Brasiliano deformation is directed towards the interior of the craton, affecting it as well as the Neoproterozoic cover. Purpose and Methodology. The hypothesis of an ongoing “decratonization” is raised. In the “Paramirim Craton” model, the decratonization of the edges is due to tectonic and erosional wear, which reduced the original dimensions. The characterization of the model of cratonic destruction (“metacratonization”) is still insufficient. Results. This article discusses the form, cause, processes and timing of “metacratonization”. We focus on three areas of the southern domain of the Borborema Province: a) SE-Piauí – NW-Bahia, Rio Preto Fold Belt; b) N-Bahia to Pernambuco Lin-eament, Riacho do Pontal Folding System; c) NE-E of the Craton, from the Pernambuco Lineament to the geographic parallel of Aracaju, south of Sergipano Belt. Conclusion. The areas were run several times by the authors, who obtained interesting topics for discussion. Existing problems are discussed in the light of current knowledge.



Resumo Espanhol:

Este trabalho foca a presença de terrenos tectonoestratigráficos proximais situados no entorno da porção centro norte do Cráton de São Francisco. Há casos onde o embasamento de alto grau destes terrenos estarem em visível continuidade física com o embasamento do cráton. Outras vezes estão separados, e em algumas vezes esta passagem/relação não pode ser vista por estar acobertada por sedimentos fanerozoicos. A hipótese de uma “descratonização” em processo foi levantada. Almeida (1981) que então imaginara um cráton maior, no passado geológico (chamou-o de “Cráton Paramirim”, que sofrera processo de descratonização de suas bordas, com o desgaste lateral (tectônico, erosional) e assim com diminuição drástica de suas dimensões originais . A ideia de destruição cratônica (metacratonização) voltou a ser levantada nos últimos anos (Dantas et al. ,2019), com bons argumentos mas não suficientes. Em todos os casos, a deformação brasiliana está presente e dirigida para o interior do cráton, atingindo-o e também as suas coberturas neoproterozoicas. Os terrenos tectonoestratigráficos são considerados como “nativos” ou pertencentes anteriormente ao craton que avizinham, (de acordo com Kearey & al.,2009) Assim sendo a história de uma metacratonização é parcialmente viável, mas precisa ser discutida em termos de forma, causa e tempo. Nem sempre temos processos e dados claros e indiscutíveis. Neste trabalho vamos considerar três áreas do domínio meridional da Província Borborema : a ) Sudeste o Piauí - Noroeste da Bahia- domínios das faixas de dobramento Rio Preto; b) Norte da Bahia até o lineamento Pernambuco- domínios do Sistema de Dobramentos Riacho do Pontal; c) Nordeste-Leste do Craton , do Lineamento Pernambuco até o paralelo de Aracajú, nos domínios do Sistema de Dobramentos Sergipano. Todas esta áreas foram percorridas mais de uma vez pelos autores, oferecendo-lhes temas chamativos para uma discussão. Problemas existem e serão discutidos à luz do nosso conhecimento atual.