Os topônimos do Recôncavo da Bahia

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Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Os topônimos do Recôncavo da Bahia

Ano: 2017 | Volume: 13 | Número: 25
Autores: Lana Cristina Santana, Marcela Moura Torres Paim
Autor Correspondente: L. C. Santana, M. M. T. Paim | [email protected]

Palavras-chave: toponímia, recôncavo baiano, identidade cultural

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os topônimos do Recôncavo baiano apresentam uma rica diversidade linguística, compatível com as influências culturais vivenciadas nesse território. Em seu espaço geográfico, há uma presença marcante dos estratos dialetais indígenas, africanos e europeus, por ter sido uma das primeiras regiões brasileiras colonizadas e exploradas economicamente. A mistura desses povos pode ser verificada nos topônimos encontrados na microtoponímia dessa região: nomes de fazendas, comunidades e hidrografia, formados por nomes de origem Tupi associados a nomes e morfemas originários do latim ou de outras línguas europeias, que foram emitidos como um empréstimo ou uma mistura. Também é possível verificar a presença de formações toponímicas em que existe a união do estrato europeu com o repertório léxico das línguas bantas: quicongo, quimbundo e umbundo e das línguas cuá: yorubá e fon, revelando a presença dos povos africanos na cultura brasileira. Assim, o estudo toponímico é, na sua base, interdisciplinar, uma vez que utiliza outras áreas do conhecimento, como História, Geografia, Antropologia e Sociologia, como forma de base científica. Desta forma, a toponímia é o ramo dos estudos linguísticos que confirma a força dinâmica e interativa que o idioma possui, ratificando que a variação linguística está presente em todas as línguas naturais.



Resumo Inglês:

The toponyms of the Bahian Recôncavo presented a rich linguistic diversity, compatible with the cultural influences experienced in this territory. In its geographic space, there is a remarkable presence of the indigenous, African and European dialectal strata, since it was one of the first Brazilian regions that were colonized and economically exploited. The mixture of these peoples can be ascertained in the toponyms found in the microtoponymy of this region: names of farms, communities and hydrography, formed from Tupi origin names associated with names and morphemes originated from Latin, or from other European languages, that were issued as a loan, or a mixture. It is also possible to verify the presence of toponymic formations in which there is the union of the European stratum with the lexical repertoire of the Bantu languages: quicongo, quimbundo and umbundo and of the languages cuá: yorubá and fon, revealing the presence African peoples in Brazilian culture. Thus, the toponymic study is, in its base, interdisciplinary, since it uses other areas of knowledge, such as History, Geography, Anthropology and Sociology, as a form of scientific basis. In this way, Toponymy is added to the other linguistic studies that confirm the dynamic and interactive force that the language possesses, affirming that linguistic variation is present in all natural languages.