Este artigo, sustentado no referencial de Nubia Hanciau (2005), Eduardo Coutinho (2003), Davi Arrigucci (1998) e Cecil Zinani (2010), analisa o papel desempenhado pela literatura latino-americana no que se refere ao tratamento de temáticas ligadas ao imaginário, as suas relações com o real e o ilusório e à posição privilegiada outorgada ao fantástico. Tem-se como objetivo examinar de que forma concretiza-se o duplo, amparado na teorização de Clément Rosset (1998) e Ana Melo (2000), no conto ―A insolação‖, de Horacio Quiroga, em um cenário repleto de elementos insólitos, em que o leitor é convidado a mergulhar nos mistérios e profundezas que envolvem os desdobramentos do ―eu‖. Dessa forma, percebe-se que o duplo do protagonista, o fazendeiro Mister Jones, aparece na figura da Morte, e o encontro entre ambos gera a colisão e a extinção da existência e, por consequência, do conflito gerado entre as duas facetas pertencentes ao mesmo ser.