Pós-memória e intertextualidade como dispositivos da (re)construção da experiência da segunda geração nas narrativas de Djaimilia Pereira de Almeida

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ISSN: 2316-6134
Editor Chefe: Ida Alves
Início Publicação: 15/05/2024
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Letras

Pós-memória e intertextualidade como dispositivos da (re)construção da experiência da segunda geração nas narrativas de Djaimilia Pereira de Almeida

Ano: 2024 | Volume: 35 | Número: 52
Autores: Tatiana da Cruz Tavares, Lucilene Soares da Costa
Autor Correspondente: Tatiana da Cruz Tavares | [email protected]

Palavras-chave: Pós-memória, Literatura Pós-colonial, Diáspora Angolana, Transmissão de memória

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho analisa, a partir das obras Esse cabelo (2017) e Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), da escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, o procedimento da pós-memória como dispositivo relevante da (re)construção das narrativas da chamada segunda geração ou filhos da guerra. Os sujeitos desse processo cresceram rodeados por relatos, objetos e fotografias que se transformaram em uma forma de herança pós-colo­nial e ajudaram a formar a memória daquilo que não foi experienciado diretamente, mas de alguma forma lhes foi transmitido pela memória familiar e de grupo, ou seja, a pós-memória. Para tanto, percorreremos as trajetórias de Mila, Cartola e Aquiles, personagens dos referidos romances, que tiveram suas vidas transformadas pela imigração de Angola para Portugal. Objetivamos, com isso, trazer à luz a obra de uma importante escritora da diáspora angolana, evidenciar como se realiza a representação da experiência histórica e subjetiva dos sujeitos pós-coloniais e analisar os procedimentos narrativos que são próprios do discurso da memória e da pós-memória, termo originalmente proposto por Marianne Hirsch para tratar das transmissões de uma geração para outra de episódios ou eventos traumáticos. Apesar de recente, a obra de Djaimilia possui uma considerável fortuna crítica, logo, a opção por estudá-la a partir de um conceito ainda pouco explorado em suas narrativas, considerando os estudos de Marianne Hirsch (2008), Beatriz Sarlo (2007), Margarida Calafate Ribeiro (2013; 2020), António Sousa Ribeiro (2013), entre outros.



Resumo Inglês:

This article analyzes, based on the compositions Esse cabelo (2017) and Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), by the Portuguese-Angolan writer Djaimilia Pereira de Almeida, the procedure of post-memory as a relevant device for the (re)construction of narratives of called second generation or children of war. The subjects of this process grew up surrounded by stories, objects and photographs that became a form of post-colonial heritage and helped to form the memory of what was not directly experienced, but was somehow transmitted to them by Family and group memory, that is, post-memory. Therefore, we will cover the trajectories of Mila, Cartola and Aquiles, characters from the mentioned novels, who had their lives transformed by immigration from Angola to Portugal. With this, we aim to bring to light the work of an importante writer from the Angolan diaspora, to evidence how the representation of the historical and subjective experience of post-colonial subjects is carried out and analyze the narrative procedures that are typical of the discourse of memory and post-memory, a term originally proposed by Marianne Hirsch to deal of the transmissions of traumatic episodes or events from one generation to another. Despite being recent, Djaimilia’s work has a substantial critical fortune, therefore, the option to study it based on a concept that is still little explored in her narratives, considering the stu­dies of Marianne Hirsch (2008), Beatriz Sarlo (2007), Margarida Calafate Ribeiro (2013, 2020), António Sousa Ribeiro (2013), among others.