O artigo discute possÃveis efeitos heurÃsticos da leitura de narrativas literárias distópicas e sua dimensão crÃtica reflexiva face à sociabilidade moderna e à s perspectivas de futuro. Analisa a importância da leitura e da literatura na formação de consciência crÃtica propiciadora de mudanças e de condutas éticas em oposição à alienação e ao conformismo da modernidade, percebida pela metáfora dos “homens-livros†do romance Fahrenhait 451 (Ray Bradbury). Aborda aspectos teóricos da literatura especulativa de ficção cientÃfica, dialogando com pressupostos da estética da recepção, propondo como caminho analÃtico para tais textos a valorização do conteúdo diegético, a carga perlocutória, a ênfase no significado e no texto como forma simbólica e a percepção interdisciplinar ativada no processo de leitura e na construção de “memórias do futuroâ€.