As "Investigações filosóficas" de Ludwig Wittgenstein constituem uma obra filosófica sui generis, capaz de nos deixar perplexos após uma primeira leitura. Ao lermos pela primeira vez o texto notamos que as palavras são facilmente acessÃveis, isto é, a obra não apresenta um vocabulário técnico ao estilo de Edmund Husserl ou de muitos filósofos da tradição analÃtica na filosofia. Antes nos deparamos com uma linguagem ordinária, comum. Ao mesmo tempo, Wittgenstein nos fornece exemplos para ilustrar seus argumentos e estes exemplos são considerações sobre situações triviais, tais como estudantes a quem se ensina calcular, a derivar retas, curvas, a derivar caminhos a partir de esquemas simples contendo apenas letras e setas (;2, ;143, ;185), diferentes tipos de jogos. O texto é repleto de exemplos e um mesmo exemplo se repete várias vezes sob diferente foco de atenção (;2 e ;185). Ao mesmo tempo, não temos um texto corrido, por assim dizer, com divisões por capÃtulos. Antes o livro todo é composto por seções, as quais são numeradas e cada seção é composta por parágrafos não muito longos.