Neste trabalho, buscamos retratar pontos que por vezes são naturalizados na sociedade, como a fome em seus diversos desdobramentos, seja pela falta de acessos aos alimentos, ausência de uma nutrição adequada ou mesmo a escassez do alimento em detrimento de particularidades que levem a essa violação de direito humano. Portanto, a fim de trazer reflexões e visualizar caminhos frente a isso, dedicamo-nos a trazer o estudo realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PenSSAN), dados do IBGE sobre a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018 (POF), o programa de inserção de ferro e ácido fólico em farinhas de trigo e milho, Resolução Nº 150 de 13 de abril de 2017 e a Política Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Tais elementos auxiliam na compreensão do processo de agravamento da insegurança alimentar e da fome durante a pandemia do Covid-19, em consonância com a estrutura da ordem societária vigente. Sabemos que não existem receitas prontas para o enfrentamento do atual contexto e realidade do Brasil, mas isso não impede ações de forma efetivas, mesmo que fragmentadas, e/ou focalizadas diante da realidade, que busquem um horizonte de universalização de acessos, sejam alimentos ou direitos sociais. Com isso, situamos a perspectiva histórico-crítica como forma e base para as análises do presente artigo.