A par de ORPHEU: a poesia da PRESENÇA e os seus influxos sobre a cinematografia de Manoel de Oliveira
Revista Diálogos Mediterrânicos
A par de ORPHEU: a poesia da PRESENÇA e os seus influxos sobre a cinematografia de Manoel de Oliveira
Autor Correspondente: JUNQUEIRA, R. S. | [email protected]
Palavras-chave: História; Literatura; Artes
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A inserção do cinema de Manoel de Oliveira no meio intelectual e artÃstico português teve o seu primeiro grande impulso nas páginas crÃticas da revista presença, em artigos assinados por José Régio, que ali manifestava a sua admiração pela modernidade de Douro, faina fluvial, o documentário com que o longevo realizador iniciara, em 1931, a sua profÃcua carreira cinematográfica. O bom acolhimento dos presencistas e a forte relação de amizade que então teve inÃcio (sobretudo com Régio e Casais Monteiro) parecem ter impelido o cineasta a trilhar os caminhos mais vanguardistas do cinema, os quais conduziriam aos seus filmes mais arrojados, estreados na década de 1980 (Le soulier de satin; O meu caso; Os canibais), mas que também marcaram os seus primeiros pequenos filmes posteriores ao Douro, todos partidários de uma certa euforia – relativa, como veremos – perante o progresso cientÃfico e tecnológico do mundo moderno: Hulha branca (1932), Portugal já faz automóveis (1938), Famalicão (1940), O coração (1958) e O pão (1959). É destes filmes “futuristas†de Manoel de Oliveira que aqui falaremos até chegar a As pinturas do meu irmão Julio (1967), pelÃcula em que entram José Régio e os quadros do seu irmão, Júlio dos Reis Pereira, grande pintor modernista que como poeta usava o pseudônimo Saúl Dias.