Para além das palavras: Teorias e Práticas da Horizontalidade como construção de utopias no movimento passe livre-DF

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ISSN: 25258036
Editor Chefe: Lucas Antônio Nogueira Rodrigues
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Para além das palavras: Teorias e Práticas da Horizontalidade como construção de utopias no movimento passe livre-DF

Ano: 2017 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: L. Saraiva
Autor Correspondente: L. Saraiva | [email protected]

Palavras-chave: horizontalidade, movimento passe livre, desconforto, hierarquia, liderança

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Desde sua formação, em 2004, a discussão sobre os princípios norteadores do Movimento Passe Livre-DF (MPL-DF) são parte fundamental de seus debates e reflexões, partindo do pressuposto de que a política que o coletivo pretende construir aposta na anulação da distância entre meios e fins (Saraiva, 2010:79). Em outras palavras, uma batalha cotidiana para que a revolução que o movimento procura construir comece a ser vivenciada dentro de suas próprias práticas. Desde uma perspectiva interna, pois que sua autora é também militante, este artigo procura partir da análise etnográfica de reuniões e debates do movimento para discutir as noções de um de seus mais caros dos princípios: a horizontalidade. Tal como explorado no texto, há aí um fluxo de distintas concepções do que significa ser horizontal, percepções que convivem, se cruzam, dialogam e por vezes se contrapõe. Esse fluxo de conceitos e práticas acaba também por revelar ideias distintas sobre a natureza do poder e da hierarquia, assim como compõe a noção de sujeito político que o MPL-DF deseja edificar. A peleja cotidiana da concretização da horizontalidade é, assim, uma oportunidade de entender os projetos de sociedade que o MPL-DF constrói, assim como os desafios para sua realização. Inspirado nas discussões de Safatle (2016) acerca do desamparo enquanto afeto revolucionário, o artigo aposta numa permanência do desconforto enquanto mobilizador da construção de uma coletividade horizontal, assim como da busca que nos move em direção à nossa própria utopia.



Resumo Espanhol:

Desde su formación, em 2004, la discusión acerca de los princípios norteadores del Movimento Passe Livre-DF (MPL-DF) són parte fundamental de sus debates y reflexiones, desde una mirada de la política que el colectivo pretende construir, cual sea , desde la apuesta en la anulación de la distáncia entre médios y fins (SARAIVA, 2010, p.79). Em otras palavras, uma batalla cotidiana para que la revolución que el movimento busca construir empieze a ser vivida dentro de sus próprias prácticas. Desde una perspectiva interna, pues que su autora es también militante, este artigo busca partir de la análise etnográfica de reuniónes y debates del movimento para discutir las nociones de uno de sus más caros princípios: la horizontalidad. Tal cual explorado em el texto, hay ahi uma flujo de distintas composiciones de que significa ser horizontal, percepciones que conviven, se cruzan, dialogan y por vezes entran em colisión. Este flujo de conceptos y prácticas terminan también por revelar ideas distintas sobre la naturaleza del poder e de la jerarquia, así como componen la noción de sujeto político que el MPL-DF desea construir. La peleja cotidiana por la concretización de la horizontalidade es, así, una oportunidad de elaborar los proyectos de sociedad que el movimento, tal cual los desafios para su realización. Inspirado em las discusiones de Safatle (2016) acerca del desaliento como afecto revolucionário, el artigo apuesta en la perenidad del malestar como mobilizador de la construcción de uma colectividad horizontal, así como de la búsqueda que nos move em dirección a nuestra própria utopia.