Produz o jornalismo algum tipo de história? Se produz, de que forma podemos a definir? Pautado sobretudo pelo signo do efêmero e da atualidade, comumente afirma-se ser o jornalismo uma instituição que consegue produzir um mero “rascunho†da história. Mas, se pensarmos a produção de seu discurso a partir da efeméride, local privilegiado onde o passado se transporta no e pelo presente, podemos inferir algumas considerações particulares. O que pretende este artigo é lançar alguns olhares, ainda que preliminares, à escrita da história produzida pelo jornalismo nestas ocasiões ao analisar como a Folha de S. Paulo, em seu especial sobre os 50 anos do golpe de 1964, veio a rememorar o acontecimento em questão.