Neste trabalho pretende-se tecer breves reflexões acerca da segurança alimentar face à utilização das chamadas “tecnologias transgênicas” que marcaram a Nova Revolução Verde (a 2º R.V.) desde a década de 1990. No cerne do debate está uma crítica epistemológica aos paradigmas que projetam na relação do humano com a natureza (aqui destacada pela produção de alimentos) ideários de produtividade, dominação e de livre manipulação do meio-ambiente. Os benefícios emergentes de tais práticas nos discursos econômicos e políticos contrastam com os indícios de riscos à saúde humana ancorados em testes científicos: mais do que um movimento humanitário de “combate à fome”, as políticas atuais de segurança alimentar vêm se apresentando como resultado prático de uma leitura [cientificista] da realidade tributária de paradigmas fundamentados em outras formas (proto)capitalistas do passado, como o colonialismo/imperialismo. Para entender este fenômeno de forma ampla, uma crítica epistemológica faz-se imperativa.