Para brincar com caixas pretas: desprogramando dispositivos midiáticos

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ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

Para brincar com caixas pretas: desprogramando dispositivos midiáticos

Ano: 2020 | Volume: 0 | Número: 51
Autores: Bárbara Héllen Menezes Fraga, Isabella Chianca Bessa Ribeiro do Valle
Autor Correspondente: Bárbara Héllen Menezes Fraga | [email protected]

Palavras-chave: Caixa Preta, Filosofia da fotografia, Imagens Técnicas, Imaginadores, Vilém Flusser

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No artigo proposto, passeamos por conceitos apresentados por Vilém Flusser buscando, sobretudo, os que fazem referência à liberdade dos funcionários na era dos aparelhos, atuando por entre as brechas das programações. Tentamos entender como, deste modo, a subversão das pré-determinações dos programas com os quais nos relacionamos pode ser construída enquanto prática. A ideia proposta pelo autor é que tais transgressões se tratam de um jogo de usos criativos e expansivos das mídias, bem como formas de resistência a padrões de repetição, que visam a seus próprios interesses e configuram os programas. Propomos uma aproximação teórica das colocações de Flusser, no que chamou de filosofia da fotografia, com os conceitos de Corpo sem Órgãos, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, e os conceitos foucaultianos de dispositivo e contradispositivo, apresentados por Giorgio Agamben. Segundo Flusser, o perigo de sermos dominados pelos aparelhos está em não os desafiarmos e em não compreendermos suas linguagens. Para o filósofo, mesmo os acasos estão inscritos no programa e, por consequência, podem, em certo momento, se realizar. Contudo, o jogo está em perceber como podemos agir em função não mais apenas das probabilidades previstas pelos programas, mas também das intenções humanas que nos permitem jogar a favor das possibilidades improváveis.



Resumo Inglês:

In the proposed article, we walk through the concepts presented by Vilém Flusser, looking mainly through those who make reference to the freedom of employees in the age of the devices, acting between their loopholes of programation. We try to understand how, in this way, a subversion of the pre-determinations of programs with which we relate can be constructed as practice. The idea proposed by the author is that such transgressions are a game of creative and expansive uses of the media, as well as forms of resistance to repetition patterns, which aim at their own interests and configure the programs. We propose a theoretical approximation of Flusser's points of view, in what he called the philosophy of photography, with the concepts of Body without Organs, by Gilles Deleuze and Félix Guattari, and the Foucaultian concepts of device and counter-device, presented by Giorgio Agamben. According to Flusser, the danger of being dominated by the devices lies in not challenging them and in not understanding their languages. For the philosopher, even chance is registered in the program and, as a consequence, can, at a certain moment, be realized. Although the game is in realizing how we can act based not only on the probabilities predicted by the programs, but also on human intentions that allow us to play in favor of the unlikely possibilities.