Discutem‑se as implicações epistemológicas da viragem descolonial para a descolo‑nização do conceito
de "capitalismo global", tal como tem sido usado nos paradigmas da economia política e dos estudos
culturais. Entre outros termos discutidos no artigo, incluem‑se "colonização do poder", "epistemologias
de fronteira" e "transmodernidade", para começar a pensar, não de acordo com "novas utopias", mas
antes com "outras utopias" baseadas numa cartografia diferente das relações de poder globais no
âmbito do "sistema mundo europeu/euro-norte-americano moderno/capitalista colonial/patriarcal". O
artigo defende a necessidade de usar este último conceito (apesar da sua extensão) e de abandonar a
categoria de "sistema-mundo capitalista" ou "capitalismo global".