Para que Auschwitz não se torne regra na contemporaneidade: um diálogo entre Adorno e Agamben

Filosofia e Educação

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ISSN: 1984-9605
Editor Chefe: Cesar Apareciddo Nunes
Início Publicação: 07/10/2009
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia

Para que Auschwitz não se torne regra na contemporaneidade: um diálogo entre Adorno e Agamben

Ano: 2018 | Volume: 10 | Número: 3
Autores: Bazzanella, Sandro Luiz, Polomanei, Maria Benedita de Paula e Silva
Autor Correspondente: Bazzanella, Sandro Luiz | [email protected]

Palavras-chave: Educação, Barbárie, Campo de concentração, Razão instrumental

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo é resultado de pesquisas entre o pensamento do filósofo alemão Theodor Adorno (1903-1969) e do pensamento do filósofo italiano Giorgio Agamben (1942...)em torno da racionalidade instrumental, como uma das características distintivas da civilização ocidental que produziu a barbárie dos campos de concentração nas primeiras décadas do século XX e, que como lógica operacional civilizacional continua a se manifestar na contemporaneidade. Assim, o objetivo deste artigo analisar a luz do pensamento de Adorno e de Agamben o campo de concentração como paradigma ontológico da contemporaneidade, que se manifesta na vigência permanente do estado de exceção, na constante produção de vida nua, na ascensão de tendências políticas e de governos de conotação totalitária que concebem a educação como um meio de reproduzir a lógica do poder soberano. Nesta direção, Adorno argumenta que a educação deve ter por princípio evitarque Auschwitz volte a acontecer. Agamben convida a profanar, retirar da esfera do sagrado tudo aquilo que foi usurpado da esfera do uso comum e devolver ao uso público como forma possível de evitar a continua manifestação do campo. Ou seja, faz-se necessário neste contexto profanar o descaso com a infância, com os currículos escolares pautados no autoritarismo, no analfabetismo funcional.



Resumo Inglês:

This article is the result of researches between the thinking of the German philosopher Theodor Adorno (1903-1969) and the thinking of the Italian philosopher Giorgio Agamben (1942 ...) around instrumental rationality as one of the distinctive features of Western civilization which produced the barbarism of concentration camps in the first decades of the twentieth century, and which as a civilizational operational logic continues to manifest itself in contemporary times. Thus the aim of this article is to analyze the light of Adorno's and Agamben's thinking as the ontological paradigm of contemporaneity, manifested in the permanent existence of the state of exception, in the constant production of bare life, in the rise of political tendencies and of governments of totalitarian connotation that conceive education as a means of reproducing the logic of sovereign power. In this direction, Adorno argues that education should have on principle to prevent Auschwitz from happening again. Agamben invites to profane,to remove from the sphere of the sacred everything that has been usurped from the sphere of common use and to return to public use as a possible way to avoid the continuous manifestation of the field. In other words, it is necessary in this context to defile neglect with childhood, with school curricula based on authoritarianism and functional illiteracy.