PARA UMA MUSEOLOGIA DO SUL GLOBAL. MULTIVERSIDADE, DESCOLONIZAÇÃO E INDIGENIZAÇÃO DOS MUSEUS

Revista Mundaú

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ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

PARA UMA MUSEOLOGIA DO SUL GLOBAL. MULTIVERSIDADE, DESCOLONIZAÇÃO E INDIGENIZAÇÃO DOS MUSEUS

Ano: 2016 | Volume: 0 | Número: 1
Autores: Nuno Porto
Autor Correspondente: Nuno Porto | [email protected]

Palavras-chave: Museologia, descolonização, etnografia, multidiversidade, Canadá

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste texto proponho que devemos entender os museus como uma instituição ativa na vida das nossas comunidades, e defendo que a descolonização do conhecimento é um engajamento simultaneamente acadêmico e de cidadania participativa para o qual os museus estão particularmente aptos. Para explicitar este argumento faço uso de uma etnografia do Museu de Antropologia da Universidade da Columbia Britânica em Vancouver, no Canadá, em articulação com as noções de etnografia das ausências e etnografia das emergências, inspiradas pelo trabalho de Boaventura de Sousa Santos. Termino ilustrando o meu argumento com a proposta de uma instalação etnográfica para o Museu Théo Brandão, em Maceió, sobre a Lei da Mordaça, como meta-comentário museológico e estratégia pragmática de oposição ao golpe contra a democracia, em curso no Brasil.



Resumo Inglês:

I advocate that museums are active institutions in the life of our communities and I argue that the decolonization of knowledge is a simultaneously academic and citizen endeavor to which museums are particularly apt. To develop this argument, I venture into an ethnographic exploration of the University of British Columbia Museum of Anthropology, in Vancouver, Canada, mobilizing the categories of ethnography of absences and ethnography of emergences, inspired in the work of Boaventura de Sousa Santos. I conclude illustrating my argument with a proposal for an ethnographic installation at the Théo Brandão Museum in Maceió, on the ‘Muzzle Law’, intended both as a meta museological comment and as a pragmatic civic strategy of opposition to the coup against democracy currently unfolding in Brazil.



Resumo Espanhol:

En este texto propongo que debemos interpretar a los museos como una institución activa en la vida de nuestras comunidades, defendiendo que la descolonización del conocimiento es un compromiso tanto académico como de ciudadanía participativa, para el cual los museos se encuentran particularmente aptos. Para explicitar este argumento, utilizo una etnografía sobre el Museo de Antropología de la Universidad de la Columbia Británica en Vancouver (Canadá), en articulación con las nociones de “etnografía de las ausencias” y “etnografía de las emergencias” inspiradas en el trabajo de Boaventura de Sousa Santos. Termino ilustrando mi argumento con la propuesta de una instalación etnográfica para el Museo Théo Brandão (Maceió, Brasil) sobre la llamada “Ley de la mordaza”, como meta-comentario museológico y estrategia pragmática de oposición al golpe contra la democracia que se está llevando a cabo en el Brasil.



Resumo Francês:

Dans cet article, je propose que nous devions comprendre le musée comme une institution active dans la vie de nos collectivités. Dans ce sens, je crois que la décolonisation de la connaissance doit être, à la fois, une façon de promouvoir des engagements citoyens et académiques, dans lesquels les musées sont particulièrement appropriés. Pour expliquer cet argument, je fais usage d'une ethnographie du Musée d'anthropologie, de l’Université de la Colombie-Britannique (Vancouver, Canada). Je m’inspire des notions de « l'ethnographie d'absence » et de « l'ethnographie des situations d'urgence », retirés du travail de Boaventura de Sousa Santos. Je conclu mes proposition en illustrant mon argumentation avec la proposition d'une installation ethnographique pour le Musée de Anthropologie et Folklore Theo Brandão, situé à Maceio, et sur la « Gag Rule ». Il s’agit d’un méta-commentaire et stratégie pragmatique de l'opposition au coup d'État contre la démocratie en cours au Brésil.