Este texto analisa como mulheres em contextos de vulnerabilidade, especialmente durante a pandemia de Covid-19, alcançam empoderamento por meio das religiões de matriz africana, com foco no Candomblé e na Umbanda. Fundamentado na filosofia intercultural e na perspectiva exusíaca, o artigo destaca como essas práticas religiosas funcionam como espaços de resistência e cura, acolhendo mulheres em situação de violência doméstica e vulnerabilidade social. O texto expande o conceito de “parasitismo social”, introduzido por Manoel Bomfim (1993), para incluir questões de gênero, refletindo sobre as desigualdades estruturais entre homens e mulheres. A figura de Iansã é central para compreender como essas religiões ajudam as mulheres a lidarem com adversidades, promovendo fortalecimento cultural e coletivo. O artigo faz a argumentação de que as religiões afro-brasileiras não só curam, mas também resgatam práticas culturais apagadas pelo colonialismo.