Este artigo aborda a valorização dos terrenos do entorno dos parques urbanos Areião, Bosque dos Buritis e Lago das Rosas, localizados nas áreas mais centrais de Goiânia, e a especulação imobiliária decorrente desse processo. Ao longo da história dessa cidade, esses parques sofreram significativas intervenções dos agentes imobiliários locais, gerando processos de gentrificação e de exclusão socioespacial em seus arredores. A partir dos anos 1980, com o inÃcio da verticalização da paisagem desses locais, houve também a veiculação de um enfático discurso, elaborado segundo estratégias do city-marketing, que relacionava os parques à natureza, à sustentabilidade e à qualidade de vida das pessoas. Esse discurso contribuiu para a consolidação e valorização desses lugares, que passaram a ser efetivamente vistos como espaços privilegiados da cidade e, portanto, ambicionados pela população de maior poder aquisitivo. Como resultado dessa lógica, edifÃcios de grande porte e de alto padrão foram erguidos ao redor dos parques, materializando a supervalorização que tais lugares sofreram.