O presente estudo foi desenvolvido no âmbito da formação em serviço conectado ao Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana, Paraná, (Turma 2016-2018), tendo como cenários de práticas os dois Centros de Atenção Psicossocial da cidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com a realização de entrevistas semiestruturadas, com questões semiabertas aplicadas a doze usuários, objetivando identificar as percepções dos usuários quanto à participação popular no contexto de seu processo de cuidado, à luz das discussões sobre educação popular em saúde. Os resultados indicaram que os usuários pouco conhecem sobre a questão da luta de direitos no Sistema Único de Saúde, especificamente na saúde mental; e também indicaram ausência ou insuficiência de ações viabilizadoras de acesso a informações por parte dos serviços, ocasionando pouca ou nenhuma representatividade nos espaços de participação popular na esfera municipal. A educação popular em saúde, considerada como uma nova forma de pensar e fazer saúde, na qual as pessoas são vistas como sujeitos capazes de superar o instituído, de serem protagonistas de seu cuidado e partícipes na luta por condições de saúde, foi apontada como estratégia para o fomento da mobilização coletiva dos usuários.
The present study was developed in the context of “in-service training” associated to the Multiprofessional Mental Health Residency Program of the Municipal Health Department of Apucarana, State of Paraná, Brazil, (Class 2016-2018), having as practice fields the two Psychosocial Care Centers of the city. This is a qualitative research, with semi-structured interviews, with semi-open questions applied to twelve users, to identify the perceptions of users regarding community participation in the context of their own care process, based on the discussions about community health education. The results indicated that users know little about the fight for rights in the Unified Health System, specifically in mental health; they also indicated the absence or insufficiency of actions by the health services that enable access to information, causing little or no representation in the places of community participation in the city. The community health education, considered as a new way of thinking and doing health, in which people are seen as individual subjects capable of overcoming the institution, being protagonists of their care and participate in the fight for health conditions, was pointed as a strategy to develop the collective mobilization of users.