O presente artigo tem como objetivo discutir sobre a importância da participação sociopolítica de crianças e adolescentes em espaços de construção de políticas públicas como estratégia para fortalecimento da democracia nas sociedades modernas. O artigo é fruto de uma revisão bibliográfica e documental. As reflexões tecidas fundamentam-se na perspectiva de que as abordagens naturalizantes sobre a infância e adolescência são contributivas para a não efetivação do direito à participação sociopolítica da população
infanto-adolescente. Contrapondo-se às abordagens naturalizantes, a perspectiva sócio-histórica, juntamente com os processos de empoderamento e a educação transgressora, são identificados como potencialidades para inclusão legítima de crianças e adolescentes nos espaços de decisão (conselhos,
conferências, audiências públicas, assembleias, etc.), uma vez que buscam despertar consciências individuais e coletivas para a construção de estratégias de enfrentamento às práticas opressoras do adultocentrismo, sexismo, racismo e do capitalismo.
This article aims to discuss the importance of the sociopolitical participation of children and adolescents in public policymaking spaces as a strategy for strengthening democracy in modern societies. The article is the result of a bibliographic and documentary review. The reflections are based on the perspective that naturalizing approaches to childhood and adolescence contribute to the denial of the right to sociopolitical participation of
children and adolescents. In contrast to naturalizing approaches, the sociohistorical perspective, along with empowerment processes and transgressive education, are identified as potential avenues for the legitimate inclusion of children and adolescents in decision-making spaces (councils, conferences, public hearings, assemblies, etc.), as they seek to awaken individual and collective consciousness for the development of strategies to confront the oppressive practices of adult-centrism, sexism, racism, and capitalism.