O presente trabalho intenta mostrar que com o avanço dos processos de modernização da sociedade brasileira assistimos um novo estilo de religiosidade, do qual emerge um tipo de indivíduo fiel, cada vez mais imprevisível. A partir do início do século XXI, acentua-se a ressignificação dos modos de vida, condutas e comportamentos sociais e, por conseguinte, do estilo de religiosidade. Tal processo socava e faz ruir os supostos resquícios de uma herança “pré-moderna” brasileira, caracterizada por formas tradicionais de dominação, regulação, controle e tutela patriarcais e patrimoniais da política da vida. Atualmente, observa-se um movimento não intencional dos “súditos”, recém-liberados, que opera pela via subterrânea e furtiva aos tradicionais mecanismos sócio-institucionais de dominação social e política.