Paulo Freire: o antropófago da educação

Revista Olhares

Endereço:
Estrada do Caminho Velho, 333 - Jd Nova Cidade
Guarulhos / SP
07252-312
Site: http://www.olhares.unifesp.br/index.php/olhares
Telefone: (11) 5576-4848
ISSN: 23177853
Editor Chefe: Edna Martins
Início Publicação: 30/04/2013
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar

Paulo Freire: o antropófago da educação

Ano: 2021 | Volume: 9 | Número: 3
Autores: I.S. Silva
Autor Correspondente: I.S. Silva | [email protected]

Palavras-chave: Paulo Freire, antropofagia, educação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Pensar a educação a partir dos pressupostos antropofágicos de devoração e criação é o exercício proposto neste artigo tendo nas práticas do educador Paulo Freire subsídios teóricos e epistemológicos para sua elaboração. Paulo Freire fez e refez a sua prática em íntima comunhão com sua teoria, e ambas, prática e teoria, se fizeram com as pessoas que andaram com ele em cada um dos lugares por onde andou/trabalhou, sendo um exemplo de antropófago da/na educação brasileira. O texto revisita as ideias de Paulo Freire re-inventando a re-invenção proposta em Tese de Doutoramento, onde estabeleceu-se diálogo entre os pressupostos da Antropofagia Cultural Brasileira e as práticas inventivas de Paulo Freire, Augusto Boal e Hélio Oiticica. O conceito de Antropofagia abordado refere-se ao movimento cultural ocorrido na década de 1920 no Brasil, que tinha como principal objetivo romper com padrões de arte e cultura europeus. O que era externo a nós deveria ser devidamente devorado e ruminado ao sabor das nossas culturas e de nossas necessidades, evitando a cópia de modelos padronizados e descontextualizados, abrindo espaço para a criação de uma arte e cultura com elementos nossos. O princípio antropofágico nos desafia a criação de práticas pedagógicas contextualizadas, criadas a partir da devoração que fizemos do outro que compõe conosco o espaço educativo. Nesse sentido, busca-se trazer elementos que exemplifiquem o exercício antropofágico vivido por Paulo Freire durante a elaboração dos seus conceitos teóricos e epistemológicos, bem como apresentar um exercício de reinvenção do pensamento freireano através de uma proposição educativa vivenciada.



Resumo Inglês:

Thinking about education from the anthropophagic assumptions of devouring and creation is the exercise proposed in this article, considering the theoretical and epistemological subsidies of the practices of the educator Paulo Freire. Paulo Freire made and remade his practice in intimate communion with his theory, and both, practice and theory, were made with the people who accompanied him in each of the places where he passed / worked, being an example of anthropophagous inBrazilian education. The text revisits Paulo Freire's ideas, reinventing the reinvention proposed in the Doctoral Thesis, where a dialogue was established between the assumptions of Brazilian Cultural Antropofagia and the inventive practices of Paulo Freire, Augusto Boal and Hélio Oiticica. The concept of Anthropophagy addressed refers to the cultural movement that took place in the 1920s in Brazil, whose main objective was to break with European standards of art and culture. What was external to us shouldbe duly devoured and ruminated according to our cultures and our needs, avoiding the copying of standardized and decontextualized models, making room for the creation of an art and culture with our own elements. The anthropophagic principle challenges us to create contextualized pedagogical practices, created from our understanding of the educational space. In this sense, the text seeks to bring elements that exemplify the anthropophagic exercise experienced by Paulo Freire during the development of his theoretical and epistemological conceptions, as well as presenting an exercise in reinventing Freire's thinking through an experienced educational proposition.



Resumo Espanhol:

Pensar la educación desde los supuestos antropofágicos de devoração y creación es el ejercicio propuesto en este artículo, considerando como subsidios teóricos y epistemológicos las prácticas del educador Paulo Freire. Paulo Freire hizo y rehizo su práctica en íntima comunión con su teoría, y tanto la práctica como la teoría se hicieron con las personas que lo acompañaron en cada uno de los lugares donde fue / trabajó, siendo un ejemplo antropofágico de la educación brasileña. El texto retoma las ideas de Paulo Freire, reinventando la reinvención propuesta en la Tesis Doctoral, donde se estableció un diálogo entre los supuestos de la Antropofagia Cultural Brasileña y las prácticas inventivas de Paulo Freire, Augusto Boal y Hélio Oiticica. El concepto de Antropofagia abordado se refiere al movimiento cultural que tuvo lugar en la década de 1920 en Brasil, cuyo principal objetivo era romper con los patrones de arte y cultura europeos. Lo externo a nosotros debe ser debidamente devorado y rumiado según nuestras culturas y nuestras necesidades, evitando la copia de modelos estandarizados y descontextualizados, dando lugar a la creación de un arte y una cultura originales. El principio antropofágico nos desafía a inventar prácticas pedagógicas contextualizadas, creadas a partir de la devoração que se hace al espacio educativo. En este sentido, busca traer elementos que ejemplifiquen el ejercicio antropofágico experimentado por Paulo Freire durante el desarrollo de sus conceptos teóricos y epistemológicos, así como presentar un ejercicio de reinvención del pensamiento de Freire a través de una propuesta educativa experimentada.