O presente artigo propõe uma reflexão aprofundada sobre a Pedagogia da Escuta como fundamento essencial para práticas educativas que reconhecem a criança como sujeito de direitos, saberes e experiências. A escuta é compreendida aqui como atitude pedagógica que transcende o ato de ouvir, configurando-se como postura ética, política e estética que valoriza as múltiplas linguagens da infância. A partir dos referenciais teóricos de Loris Malaguzzi, Gunilla Dahlberg, Peter Moss e Alan Pence, bem como dos princípios estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o texto se organiza em seis eixos: os fundamentos teóricos da escuta; a escuta ativa como prática cotidiana; estratégias concretas que materializam a escuta; o planejamento emergente e o protagonismo infantil; os desafios institucionais e formativos; e a escuta como experiência ética e formadora. Ao longo da discussão, evidencia-se como ambientes que favorecem a escuta promovem vínculos mais humanos, experiências mais significativas e aprendizagens socialmente contextualizadas. Ao reconhecer a potência expressiva das crianças, a Pedagogia da Escuta amplia as possibilidades de participação, autoria e pertencimento na educação infantil.