Pedagogia da ignorãça: uma leitura de Manoel de Barros

Guavira Letras

Endereço:
Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484 - Distrito Industrial II
Três Lagoas / MS
79613-000
Site: http://www.guaviraletras.ufms.br
Telefone: (67) 3509-3701
ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Pedagogia da ignorãça: uma leitura de Manoel de Barros

Ano: 2017 | Volume: 13 | Número: 24
Autores: Anelito Pereira de Oliveira, Aurora Cardoso de Quadros
Autor Correspondente: A. P. de Oliveira, A. C. de Quadros | [email protected]

Palavras-chave: Manoel de Barros, poesia Contemporânea, pedadogia, autoritarismo, liberdade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este breve ensaio procura desenvolver uma argumentação sobre aspecto bastante visível da poética de Manoel de Barros, que tem sido, por isso mesmo, objeto de constantes abordagens: a relação com o mundo da criança. Reconhecemos que há, de fato, um vínculo entre literatura e pedagogia na obra do poeta pantaneiro, mas acreditamos que é preciso não enquadrá-la no rótulo de infantil e infanto-juvenil. Entendemos que é importante ler essa obra como reveladora de uma problemática cognitiva que a coloca numa linha de resistência ao autoritarismo característico do discurso pedagógico hegemônico em países como Brasil. Partimos, para a demonstração dessa premissa, da teoria do discurso tal qual trabalhada por Eni Puccineli Orlandi e nos concentramos especialmente na interpretação de alguns textos exemplares do gesto de Barros. Ao se apegar à natureza bruta, pura, a poesia de Barros descortina o que propomos que se entenda como uma pedagogia da ignorãça, que, desprovida de qualquer didatismo, ensina-nos a conhecer a liberdade.



Resumo Inglês:

This brief essay tries to develop an argument about a very visible aspect of the poetics of Manoel de Barros, which has been the object of constant approaches: the relationship with the world of the child. We recognize that there is, in fact, a link between literature and pedagogy in the work of the “pantaneiro” poet, but we believe that it should not be framed in the label of children´s literature and juvenile literature. We understand that it is important to read this work as revealing a cognitive problem that places it in a line of resistance to authoritarianism characteristic of the hegemonic pedagogical discourse in countries like Brazil. We start, for the demonstration of this premise, the theory of discourse as worked by Eni Puccineli Orlandi and we focus especially on the interpretation of some exemplary texts of the gesture of Barros. By clinging to the crude, pure nature, Barros's poetry reveals what we propose to be understood as a pedagogy of ignorãça, which, devoid of any didatism, teaches us to know freedom.