Este trabalho aqui apresentado propõe-se a refletir sobre a literatura recente sobre o tema da democracia e representação política, passando a considerar as críticas ao sistema político, bem como os possíveis “déficits” oriundos do funcionamento do sistema político democrático disposto nas sociedades contemporâneas. O diálogo acerca das limitações da representação como tem sido apresentado nas últimas décadas tem sido caracterizado a partir da iniciativa de projetar a participação como um elemento que pode subsidiar o projeto democrático. Tendemos a dialogar, em linhas gerais, com o projeto político dos países da América Latina, propensos a experienciar a participação junto à representação. Desse modo, objetivamos dialogar com o “futuro” das democracias instadas a reformas e ajustamentos, dada a insatisfação crescente, observado nas mudanças latino-americanas em curso e os protestos recentes na Europa, África e Ásia, que demonstram atores políticos estimulados a valorizar a democracia representativa, mas sob novas circunstâncias, que passam inexoravelmente a dialogar com o horizonte da participação nas esferas decisórias do Estado. A teoria democrática, sem dúvida, tem uma vasta tarefa a ser empreendida: pensar a democracia sob um novo marco teórico: a participação.