Pensar, sentir e agir: interpelações e perplexidades no contexto da pandemia do novo coronavírus

Caminhos de Diálogo

Endereço:
Rua Imaculada Conceição, 1155 - Prado Velho
Curitiba / PR
80215-901
Site: https://periodicos.pucpr.br/index.php/caminhosdedialogo/index
Telefone: (41) 3271-1359
ISSN: 2595-8208
Editor Chefe: Elias Wolff
Início Publicação: 01/07/2013
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Teologia

Pensar, sentir e agir: interpelações e perplexidades no contexto da pandemia do novo coronavírus

Ano: 2020 | Volume: 8 | Número: 13
Autores: Donizete José Xavier, Claudio Antonio Delfino
Autor Correspondente: Donizete José Xavier | [email protected]

Palavras-chave: pandemia, mal, liberdade humana, coronavírus

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Pretende-se com este artigo refletir a partir de algumas nuances do pensamento do filósofo Paul Ricoeur, que podemos chamar de dimensão estrutural da pandemia do novo coronavirus. Daí, significa que é possível pensar, sentir e agir para além das polêmicas levantadas em relação a sua origem. O essencial é vincular a reflexão hermenêutica sobre a dimensão estrutural da pandemia que a coloca ao lado da reflexão sobre a questão dos males físicos e cósmicos, dado que o mal, constituído de um caráter misterioso, é um pilar na reflexão filosófica de Ricoeur. Ressalta-se que aproximar-se fenomenologicamente do mal físico ou cósmico exige que se ponha e se caminhe em direção a uma visão ética do mundo que permita recuperar a perspectiva utópica do Reino de Deus como ideal de humanidade, capaz de dar a ação econômica, social e política um enfoque humano. Para Ricoeur, a compreensão do mal está intimamente ligada à liberdade humana. Por fim, o artigo procura articular como emergência reflexiva resultante do novo coronavirus a dimensão estrutural da pandemia e o emergente cuidado aos povos indígenas do Brasil, principalmente diante de um “grande genocídio silencioso” que coloca em xeque o futuro do humano dos povos circundantes da Amazonas.



Resumo Inglês:

This article aims to reflect on some nuances of philosopher Paul Ricoeur‟s thought, that we may call the structural dimension of the new coronavirus‟ pandemic. From there, it means that it is possible to think, feel and act besides the polemics around its origin. The essential is to link the hermeneutic reflection to the pandemic‟s structural dimension that puts its together to the reflection upon the physical and cosmic evils, as the evil, which has a mysterious nature, is a backbone of Ricoeur‟s philosophical reflection. It is important to highlight that phenomenologically reaching out the physical or cosmic evil demands a change towards a world‟s ethical vision that enables to recover the Kingdom of God‟s utopian perspective as a value of humankind, capable of giving a human approach to the economic, social and political acts. To Ricoeur, the evil comprehension is closely related to the human liberty. Finally, the article aims to articulate the pandemic‟s structural dimension as a reflexive emergency caused by the new coronavirus, as well as the arising care towards the Brazil‟s indigenous peoples, mainly in face of a “great silencious genocide” that puts in danger the human future from the peoples who live around the Amazonas.