Esta investigação investigou o papel da percepção, seus condicionantes e seus efeitos na lógica da ação dos
pesquisadores na formação de parcerias, no âmbito da rede subjacente ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e
Desenvolvimento do Café. Abalizado pela teoria institucional e pela teoria de redes, partiu-se da suposição de
que a percepção dos agentes (sobre a sua posição/localização estrutural, os recursos disponÃveis e a dinâmica de
apropriação de recursos da rede) é significativa à medida que seria fator condicionante da estratégia de inserção
dos pesquisadores na sua rede colaborativa. No estudo, recorreu-se: (a) à análise de conteúdo em entrevistas com
pesquisadores; (b) à análise sociométrica de coautorias em artigos; (c) à análise sociométrica da escolha
preferencial entre pesquisadores do café; (d) à análise multivariada de um banco de dados de subprojetos do
Consórcio e de respostas a uma survey submetida aos responsáveis pelos subprojetos. Os resultados assinalam
que o posicionamento estrutural do agente, ainda que relevante, não condiciona a percepção dos agentes e isso
pode ter implicações nas suas estratégias de ação. Conjuminada a essa indicação, foi possÃvel identificar um
grupo de regularidades e lógicas de ação incidentes no conjunto de cientistas pesquisados. Seria nesse campo que
o pesquisador praticaria a sua agência: onde monitora e percebe os recursos e as limitações da rede, se insere e
aos colegas e mobiliza parcerias.