Este trabalho busca apresentar a influência das práticas familiares no processo de escolarização das crianças residentes em região metropolitana de Belo Horizonte/MG, cujas famÃlias são extremamente pobres. Para isso, investigou-se, por meio de entrevistas com as mães desse aglomerado, sua percepção e suas atitudes acerca da escolarização de seus filhos menores de 14 anos. Verificaram-se algumas questões que comprometem o valor da educação formal, dentre elas: mães que trabalham em horário integral, inclusive aos sábados; famÃlias compostas,
em sua maioria, por mães separadas de seus cônjuges ou solteiras; escola engajada no modelo unidirecional no que diz respeito à participação familiar no contexto educacional; e discriminação das crianças por outras crianças residentes em regiões economicamente mais favorecidas, o que acarreta desrespeito em relação à raça, à estética e à manifestação das diferenças. Constatou-se, assim, uma expectativa exagerada dos profissionais da escola e das polÃticas públicas em relação à capacidade e aos recursos de que essas mães dispõem para contribuir com a
escolarização de seus filhos.