Percepção objetiva, espaço egocêntrico e não-conceitualismo kantiano: uma primeira aproximação

Kant e-prints

Endereço:
Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE), Rua Sérgio Buarque de Holanda, Nº 251 - Cidade Universitária
Campinas / SP
13083-859
Site: https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/index
Telefone: (19) 3521-6520
ISSN: 1677-163X
Editor Chefe: Daniel Omar Perez
Início Publicação: 01/01/2002
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Percepção objetiva, espaço egocêntrico e não-conceitualismo kantiano: uma primeira aproximação

Ano: 2017 | Volume: 12 | Número: 2
Autores: R. D. Fonseca
Autor Correspondente: R. D. Fonseca | [email protected]

Palavras-chave: Kant, percepção objetiva, espaço egocêntrico, não-conceitualismo, intuição.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O não-conceitualismo estrito kantiano toma Kant como um filósofo que defende que nossa forma básica de percepção de objetos, ou intuição empírica, independe de qualquer atualização de capacidades conceituais. Hanna e Allais, em particular, alegam que a intuição pura do espaço, tal como descrita na Estética Transcendental, fornece uma estrutura egocêntrica de consciência perceptual que não requer qualquer espécie de síntese governada por conceitos. A fim de avaliar criticamente sua posição evitando as flutuações no uso de „percepção‟ (Wahrnehmung) por Kant, introduzo a noção de percepção objetiva: atenção através dos sentidos a objetos como tais, sem o reconhecimento destes sob conceitos empíricos. Tento indicar que, de um ponto de vista kantiano, nossa representação original do espaço é de fato orientada egocentricamente; isso, a par de outras considerações razoáveis, implica que há percepção objetiva; essa estrutura egocêntrica pressupõe a apercepção, por conseguinte uma síntese de acordo com as categorias.



Resumo Inglês:

Kantian strict nonconceptualismtake Kant as defending that our basic form of perception of objects, or empirical intuition, is independent of any actualization of conceptual capacities. Hanna and Allais, in particular, claim that the pure intuition of space, as described in the Transcendental Aesthetic, provides for an egocentric framework of perceptual awareness without requiring any sort of synthesis governed by concepts. In order to critically evaluate their approach in a way that bypass the fluctuations in Kant‟s use of „perception‟(Wahrnehmung), I introduce the notion of objective perception: attention through the senses to objects as such, without recognition of them under empirical concepts. I try to indicate that, from a Kantian point of view, our original representation of space is indeed egocentrically-oriented; this, along with other reasonable considerations, entails that there is objective perception; such an egocentric structure presupposes apperception, thus a synthesis according to the categories.